Mortos pelo Padrinho…

 

Boas amiguinhos. Novamente o Wikileaks volta a fazer das suas e liberta mais uma escuta telefónica entre duas figuras do concelho. Debatem-se estratégias e o delinear de planos são demais evidentes. Intervenientes nesta escuta, e a muito custo no alinhar da qualidade sonora da cassete BASF, são Tó-Zé Cautela (TZC) e Suissinho Mamede (SM).

«Triim, triim…

TZC – Estou? Danoninho?

SM – Danoninho????

TZC- Desculpe, chefe! Sr. Suissinho, está melhor assim?

SM – Preferia Dr., mas pronto. Por agora passa. Que queres? Sou um gajo muito ocupado. Tenho feito muitas viagens à capital para visitar o Padrinho, por isso ando cansado. Diz lá.

TZC – Estive a pensar no que se podia fazer para chatear. Sabe que o tema do momento são uma placas grandes, uns outdoors, com obras da câmara aqui perto. E é uma vergonha virem para aqui dizerem que andam a arranjar as estradas e passeios, etc…

SM – Ó Tó-Zé, mas isso não é uma coisa boa? As obras não devem ser feitas?

TZC – Devem, mas não podem pôr essas placas, esses outdoors, no que é nosso! E no alto concelho é tudo nosso, caraças! Não pensem esses gajos que chegam aqui e já querem mandar! No nosso tempo não se punham outdoors em lado nenhum!

SM – Lá nisso tens razão, mas no nosso tempo, ou no tempo do Padrinho, aqui que ninguém nos ouve, não se punham dessas coisas porque não havia nada para indicar que houvesse alguma intervenção, obra, ou outra coisa que devesse ser feita…Era mais fácil não fazer, logo não se indicava o que não se fazia. Estás a perceber?

TZC – Realmente, chefe, estou sempre a aprender consigo!

SM – Eu sei, comigo é que tu aprendes agora com aquele Luis dos Carros, nem te digo nada! Nem te quero próximo dele senão temos chatice da grossa aqui no serviço!

TZC – O chefe é que manda. Mas o que se pode fazer em relação a isso?

SM – Eh pá, fazes o que costumas fazer. Pões na net, falas que é uma vergonha fazer aquilo num sítio nosso, uma falta de respeito, e dizes outras coisas que não interessam nada. Depois eu vou rematar, falar em gastos desnecessários, tipo os que fazemos no nosso cantinho, do tempo que os funcionários gastam a fazer aquilo. Basicamente o que se fez com o laço, lembras-te?

TZC – E os nossos ordenados? Não serão também desnecessários?

SM – XIIIIUUUUU! Isso agora não interessa nada.

TZC – Você é grande! Quer dizer, desculpe, não era nenhuma indirecta à sua estampa física. Se estivesse junto de si, dava-lhe um abraço bem sentido! Adeus.

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